22 dezembro 2006
de respostas
às vezes são o que precisamos - aqueles que respondem
às vezes eles precisam - a quem se encaminha a resposta
mas o melhor é o silêncio
a não-palavra como resposta é o melhor de uma resposta completa
a não-palavra e instante-agora-já
é experimento, é sentido, mas não é entrelinha
é nada
a melhor forma de retrribuir o presente e dizer:
... - não precisa de palavra escrita ou falada.
precisa, sim, de palavra pensamento
20 dezembro 2006
eu peciso dizer que te amo
eu quero ouvir as histórias da sua boca e mirar teus olhos tão profundamente que eu entre na história e me sinta caio, e caio num abismo sem fim de ternura e desapego e rejeição e um não amar. me conta qual é teu mistério, clarice? do que tens medo, porque dos meus já sabe e sabe porque ainda choro... é porque te amo e quero, assim, viver triste e levar a vida chutando pedras. não adianta - é de você que eu gosto, é de você que quero escrever escutar ler, é de você que quero a completude.. que almas são assim incompletas e encontrei o amor na sua e na minha tem muito para você. a minha é pote cheio de amor e tu sabes, tu vês, não é cega... eu só preciso dizer que te amo, te ganhar, te perder sem engano, porque és assim pra mim: TUDO
07 dezembro 2006
lavínia ao espelho
30 novembro 2006
um pássaro pela noite
Acabara de sair do banho. Ainda com o corpo úmido e sem a toalha, a morena mantinha a janela do seu quarto aberta para refrescar o calor do verão de Belém. Era a mulher mais linda da cidade. Era nova, mas tinha um quê especial de mulher. Encantava a todos os homens da cidade e de outras, já que era modelo e suas fotos estavam estampadas em uma série de outdoors pelas ruas da região metropolitana de Belém. Era garota-propaganda de uma confecção de biquínis.
Enquanto enxugava seu cabelo escuro como o céu do norte, um pássaro vermelho entrou como uma bala pelo seu quarto. Ao bater o espelho caiu sobre o colo da mulher. A morena recolhe o pássaro nunca visto antes com as duas mãos e sente sua “quentura”. Aquilo a deixara abismada, um pássaro lindo e que lhe dava uma sensação estranha, aquele animal quente em suas mãos fazia com que ela também esquentasse. Mas não de um quente como o ambiente da cidade.
Colocou o pássaro sobre o seu peito e começou a imaginar algo erótico. Aquilo era estranho, mas a mulher entrou num transe e fazia do pássaro um homem. O homem que sempre esperou na sua vida. O homem perfeito. O pássaro se transfigurava em ser – humano, e ela o acariciava e tomava pelos braços. Agarrava-o junto ao rosto e o beijava como nunca beijara alguém antes.
Despida fazia com que esse homem explorasse seu corpo. Seus seios empinados, sua cintura fina, suas pernas bronzeadas e seu pé mínimo.
Subia pelo seu corpo e cada vez mais sentia um prazer nunca sentido. E era mais forte do que qualquer relação com qualquer outra pessoa. Fechava os olhos e via a floresta. Era um prazer de mato, selvagem. Ela gostava de ir para a floresta às vezes para ficar escutando os sons da mata: o vento que farfalhava as folhas; os animais em urros; e os pássaros em cantos magistrais.
Chegara ao ponto máximo. E foi como uma febre, o pássaro queimava em suas mãos. Estava desgastada, o pássaro acordara em suas mãos, e quando ela conseguiu abrir os olhos viu que o pássaro ficara azul. Ao virar-se para a janela para ver o céu estrelado, o pássaro salta de suas mãos e voa em direção ao firmamento escuro.
19 novembro 2006
deixei de ser gauche
algo de bom me deu
de saber que eu não era esquerdo
saber que alguém gostava de mim
nos teus olhos vi meu reflexo
vi-me dentro de você
e assim soube que não era mais errado
veio um anjo loiro e me disse:
vai, Dionísio, deixe de ser gauche nessa vida!
12 novembro 2006
alcoólica II
e o uísque me derretia todo dentro do paletó
estava sério e sozinho na minha mesa enquanto as pessoas conversavam
uma menina entra pelo salão vestida de noiva
sim, eu conhecia aquela menina!
era minha filha que se casava
o uísque ficou suave e me fez lembrar da infância da pequena...
e ela era igual a mim
via no seu corpo a minha forma
era eu!
dei um abraço forte nela como se abraçasse um espelho
e me cortando o sangue que fluia dela era o mesmo que o meu
- e aí sogrão?
e o sonho se desfez!
alcoólica I
uns mais finos e altos; outros largos e baixos.
próximo a mesa, o bar
quantidade grande de garrafas de conteúdos diferentes
muitas pela metade
algumas apenas o cheiro de álcool no seu interior.
sorvo cada uma das bebidas
uso todos os copos da mesa
bêbado, sento na minha poltrona
esquálido, pálido, pasmo
fico vendo as sombras das garrafas e da minha mão
tremulas intermitentes.
me admiro, e ao fundo:
a televisão ligada no noticiário das 8.
07 novembro 2006
Microcontos
gostei da idéia de escrever em pílulas. quem sabe começo a escrever em biscoito da sorte de restaurante chinês barato...
Cinema de rua
Sessão prive às duas, em seguida sessão de descarrego.
Cuidado, menina!
Menina descuidada deixa levantar a saia quando o vento passa.
Vestibular
A, B, C, D, ou E?
Que bom seria se na vida fossem só cinco escolhas.
Velejador
Pra onde vou?
Estou sem rumo e os ventos vêm de todos os lados.
Homenagem ao concretismo
Primeiro passo: construa
Segundo passo: destrua
03 novembro 2006
o melhor amigo da família
meses vivendo com o hóspedena garagem, outro acidente. agora, com o aquele que a mãe já chamava de filho, apesar de algumas contas dos meninos que mostravam que o hóspede tinha mais de 30 anos. o pobre estava pelas ruas, porque não tinha o que fazer durante o dia naquela garagem, quando foi atingido por uma moto! CRASH! deus-nos-acuda na casa. era a mãe correndo para a clínica em que ele fora levado e chorando, ele vai morrer... o pai com muita dó do pobre entrou com um empréstimo e o removeu para um hospital. graças a deus ele foi salvo! a mãe estava radiante e os filhos insistiam para que o pai recolhesse ele para dentro de casa, vai pai, pode acontecer isso de novo com ele. o pai aceitou de grado, eh! ele é bom companheiro!
foram anos de convívio. natais, férias, aniversários. e o hóspede envelhecendo, mais do que os habitantes. hoje, com mais de 90 anos, ele, que estava assistindo à televisão com os donos da casa, teve um ataque do coração que já estava fraco por causa dos pesados anos que se passaram. e os olhos tristes com que conquistou os corações dos moradores da casa, onde chegou como quem não queria nada, apagou-se. uma chama brilhou nos seus olhos e com a cara roxa deu seu último suspiro e morreu para desalento da família que hoje chora...
27 outubro 2006
00
tava afim mesmo é de te pedir desculpas por tudo que fiz, fui eu quem errou. eu que joguei tudo fora. queria, agora, deitar-me no seu colo e falar tudo, de tudo que sofri esse tempo em que ficamos longe. como quero correr de novo ao seu lado, los hermanos debaixo das cobertas. e falar de livros, então?! tentei algumas vezes voltar atrás, mas acho que não deu muito certo... tive medo e ainda tenho. não sei como podes encarar agora o que estou falando. me dá um sinal, que tal? sei lá, um jeito de posicionar as mãos sobre a boca, ou uma careta. qualquer coisa seria um sinal. quero que saiba que me arrependi e voltar ao 00 é o que quero. porque tu és Lavínia, aquela que preciso.
21 outubro 2006
Porque tu és Lavínia
és Lavínia, és duas, e quero decifrá-las. porque, como és Lavínia, pode ser mais.
és grande!
05 outubro 2006
Epifania
04 outubro 2006
Alice Ruiz
Alice Ruiz - Overdose Lyrics
Já notou que eu te amo
Ou você pensa
Que toda vez que
eu ligo
É por engano?
Já sacou que é meu
vício
Minha droga
Meu barato
Ou vou ter que
curtir a rebordosa
Em algum hospício?
Pra me
deixar normal
Só uma overdose de você
Pra me pirar
legal
Só uma dose dupla desse mal
03 outubro 2006
Quem sabe numa esquina qualquer
28 setembro 2006
D.O.R.
24 setembro 2006
medo
21 setembro 2006
de dentro, algo que não é meu
15 setembro 2006
Tu não te moves de mim
19 agosto 2006
ela e eu
ela: pode, né! como eu iria impedir.
eu: desculpa é que eu...
ela: você quer o quê?
eu: não eu estava pensando...
ela: de pensar demais morreu o burro.
eu: não. o que tenho para falar é simples.
ela: então desembucha homem!
eu: é que é simples, mas difícil de falar.
ela: quebra essa sua barreira, porque estou ficando curiosa.
eu: mas é que...
ela: pode falar, as pedras que estavam nas minhas mãos já estão nos rios.
eu: pô, é que faz tanto tempo que a gente não se fala direito, né? que eu perdi tino.
ela: mas foi você quem fez a cagada e acabou optando por se distanciar.
eu: eu sei, eu sei. mas me arrependi, fui muito infantil e tolo.
ela: ainda bem que não és burro!
eu: obrigado, porém me considero muito burro. me distanciei e perdi você de vista.
ela: pode continuar falando, sou ouvidos, somente.
eu: parece que criou-se uma barreira intrnsponível. sei não, parecia uma força que me impedia de me aproximar de ti.
ela: ............
eu: não sabe como você me faz falta. sei que nunca fui seu, mas volta. volta pro convívio meu que com você mais perto me sinto muito melhor.
ela: ...............................
eu: se não acredita no que falo, me dá um sinal, já que está atônita. um sinal teu é o que quero. um olhar, um suspiro, um tocar as mãos rapidamente, um beijo, quem sabe?
ela: aaaaaaaaaaaaai!
eu: eu gosto muito de você, amor!
ela: agora voltei pra ti, meu bem!
peço que voltes
é tanta distância que a gente mantém
parece um muro no ar,
alguma tensão, sei lá
vamos deixar pra lá
tudo mudou
voltas? então vem, por favor
não sabes a falta que você me faz
é difícil ter que te ver
e assim como um poste:
ter que ficar parado, gelado
volta, volta que ainda tens meu coração
p.s.- antes que me esqueça, isso não é uma poesia
16 agosto 2006
sábado de deus e de música
Acordar cedo aos sábados pode parecer um saco. Para mim às vezes. Às vezes porque todo mês escolho um sábado para limpar meus discos de vinil. E como é gostoso... Limpar discos velhos, de músicas velhas, todos empoeirados e até alguns riscados, isso é diversão? Respondo que sim. No dia que deus escolheu para descansar, escolhi o dia de me satisfazer. Não é só limpar os discos a tarefa de sábado. A limpa-los tenho que ouvi-los imediatamente. E como é gostoso guardar esse dia aos meus ouvidos.
Começo pelos de rock. Pra acordar mesmo! Som no talo: Beatles, Rolling Stones, Bob Dylan... Espírito livre, espírito rock´n´roll flui pelo apartamento. E não somente a fase de loucos cabeludos, também tem a fase certinha do rock. Porque os Beatles também foram certinhos uma vez antes de conhecerem o mundo e acabaram saindo da roupagem alinhada. Que para não desmerecer gosto muito também.
Depois do bom e velho rock´n´roll importado venho me deliciar ao passar a flanela nos discos nacionais. Mutantes é o que toca. Psicodelia de sexo, drogas e muito som. Não se faz mais música como antigamente. Onde foi parar o espírito das guitarras distorcidas? Com certeza ficou em alguma estante de sebo. Depois de Mutantes, ataco com o disco Tropicália ou Panis et circencis. Que maravilha! Som de primeira, único, revolucionário, antropofágico. Caetano, Gil, Nara, Gal, Bethânia, Rita e os irmãos Baptistas, Duprat, Tom (o Zé, para que ninguém confunda com o maestro) e Torquato destruíram tudo e refizeram uma música com uma identidade multifacetada. Engoliram tudo que existia e desse alimento junto com o excremento fizeram arte, fizeram música.
Porém não podemos jogar fora o que foi feito antes e depois do movimento tropicalista. Então dou um salto para o passado. Para ser mais preciso nos primeiros anos do século. Chego a um Rio de Janeiro se modernizando e com o nascimento do samba. Noel Rosa. Não é preciso muito para falar desse compositor. Um homem que viveu até os vinte e poucos anos e produziu um número imenso de obras musicais que são maravilhosas! Mas também não posso esquecer de falar do maestro Pixinguinha. Como parece que esse homem foi um cara tão doce. E porque adoro Vinicius de Moraes e ao vê-lo dizer que Pixinguinha foi o ser – humano mais adorável que ele havia conhecido, eu fiquei ainda mais com essa impressão. Além da música clássica brasileira com o maestro Heitor Villa-Lobos. Ele, que foi responsável por levar à cabo o modernismo à música, escreveu peças fantásticas que mexem, não sei como, comigo. Música bonita e majestosa essa do começo do século, viu?
Mas como a grana é curta e o conhecimento musical não é tão vasto como muitos pensam, pulo para o ano de 1958, ano de nascimento da bossa-nova. Ouvir o maestro Brasileiro, o poetinha e o violão atonal do Joãozinho. Inovador, poético, banal. Esse espírito da bossa-nova é incrível. Quando ouço imagino o Rio de Janeiro, não mais como aquele de Noel e Pixinguinha, mas um Rio dos bares e da boêmia. E aí, nesse embalo, chega o mestre (me desculpem a babação). Sim ele mesmo, Chico Buarque de Holanda. Foi através dele que comecei a voltar no tempo da música. Foi através dele que conheci a verdadeira música brasileira. Depois dele vieram as paixões musicais. Mulheres com quem me casaria sem elas me conhecerem. Nara Leão, Gal Costa, Elis Regina. Que vozes!
Quando percebo a noite já caiu e todos os discos foram limpos e ouvidos. No dia em que deus descansou, fiz uma viagem pela música. Como num desfile de sentidos, além de ouvir, senti os gostos, enxerguei, toquei, cheirei e senti (mais do que tudo senti) a música pelo meu corpo.
04 agosto 2006
whisky
foi como você, preocupada em se cortar e ferir-se, fugiu, voou, escafedeu-se. não temas era o que te dizia, mas nem ouvidos e bocas você me dava. era nada. só repetições de cenas boas na cabeça.
mas agora é fim, você se foi e eu fiquei. voa que é o que precisas. se consegues voar até sem sair do chão, acho que é o melhor que você tem que fazer. não é somente um questão de ficar mais leve que o céu.
voa para o norte, já que a aqui no sul o frio chegou. e pra esquentar só o whisky.
03 agosto 2006
se não respondes...
acabo com a ficção. a vida é bela, o sol, a estrada amarela. existe outro sonho para se sonhar. falas mal, mas acaba voltando. sabe aquele neruda que você me tomou, devolve. falta poesia, falta razão. te bate te esconjuro te mato. não és mais nada. (confusão de conjugação). arremate, farpa, frases recortadas de músicas. nada explica, nem freud, nem deus, nem nada.
pára com a brincadeira, gato-rato, esconde-esconde. já tentei te pegar, já tentei fugir. mas essa brincadeira não tem fim. brincadeira de pular e contar o tempo. vamos brincar? já era! era é coisa passada. podemos ainda brincar de mentira, que não é ficção [cê e cedilha+cê]. . continua vazio sem pudores...
poesia nua de todo dia. tarde de sábado, quando todos os maridos funcionam regularmente.
até que o apito da fábrica de tecidos vem me acordar dos delírios.
beijo, abraço e até!
31 julho 2006
direto ao .
porque de ti ainda gosto, mas as coisas vão se perdendo, esfacelando..
conta-me
caia de cabeça e me conte as suas histórias de mar e sertão. traqüilidade e aridez. coração de pedra, não é assim.
isso de esquisito e estranho eu já sei que sou, não precisa gritar aos ventos para que eles me tragam ao ouvido está sentenciado nos acentos e na pronúncia prosáica. é que sempre me falta algo, me falta poesia.
sou um copo sempre pra derramar. e qualquer coisa miníma é fato consumado.
vem falar comigo. quero saber das suas aflições. não deixe que o frio, que faz agora, congele você para recuperar o tempo perdido. ainda há tempo para resolver tudo.
há tempo ainda para se contar.
30 julho 2006
ponto
ponto é o que sou!
30 junho 2006
Carteiro
26 junho 2006
Namoradas das docas
Farei um sinal e pedirei que o motorista me leve até o cais do porto. O trajeto é longo, pois moro do outro lado da cidade. Inevitavelmente a conversa será sobre o dia de hoje. O motorista irá reclamar de toda idéia de consumo por trás da comemoração e dirá que não fará nada de especial com sua mulher; vai me contar que prefere tirar esse dia para trabalhar, já que muitos namorados sairão nessa noite. Vou tentar ficar calado e deixar ele falar durante os vinte minutos do percurso, mas será inevitável a minha mudez porque, com certeza, ele perguntará o que vou fazer na zona portuária num dia como o de hoje. Terei que explicar que vou fazer umas visitas às minhas namoradas das docas. Já vejo sua estranheza com a minha resposta; e depois disso ficaremos sem trocar uma palavra até a hora de lhe pagar a corrida.
Primeiro irei visitar Lucinda. A polaca dos olhos verdes e cabelos ruivos como fogo; ardor na cama. Para ela comprarei um cartão e que ela irá guardar em seu criado-mudo, junto aos cartões dos anos interiores que ela lê todos os fins de noite, como me confessou na semana passada. Tomarei um drink no bar do prostíbulo com ela e trocaremos poucas palavras. Depois levarei ela pelas mãos e como um casal de noivos vou carregá-la para entrar no quarto no fim do corredor escuro no segundo andar do sobradinho. Ela irá arrancar as minhas roupas e me jogará na cama. Lembrarei que tenho que lhe entregar o presente, ela passará os olhos pelo cartão colocará ele de lado e me beijará com todo fervor. Olharei o relógio na parede e descobrirei que o encontro será muito rápido; terei que sair para o segundo encontro em três quartos de hora. Chegarei ao orgasmo enquanto ela me prende em suas pernas brancas e sardentas. Vestirei-me e darei um abraço forte dizendo que irei voltar em breve. Aproveitarei e deixarei o dinheiro dentro de seu sutiã enquanto damos o último beijo.
Chegarei à rua e andarei por três quarteirões abaixo próximo ao bar dos estivadores.
Entrarei na casa de strip-tease e me encaminharei até os camarins. Lá estará ela, Eurídice, a deusa negra. Passista de primeira. Ancas largas, seios mínimos. Um doce de mulher, além de excelente cantora. Darei um beijo ardente em sua boca e entregarei a ela um sapato de cristal para ela brilhar na quadra da escola de samba. Ela não vai querer esperar um minuto para subirmos ao quarto. Antes de fazer seu show, ela me dará um particular. Cantará minha música preferida e enquanto eu estiver aplaudindo, cairá nos meus braços e afundará sua cabeça no meu peito dizendo que sentira falta das minhas visitas. Mais trinta minutos de sexo e tenho que sair o mais rápido possível, pois estarei atrasado. Porém ela conseguirá me convencer a tomar uma dose de uísque. O álcool subirá para a cabeça e começarei a andar meio torto.
Olharei o relógio da rua e apressarei meu passo.
Baterei à quitinete de Rosa. Tocarei a campainha insistentemente, pensando que ela deva ter saído por causa do meu atraso. Mas ao terceiro toque ela abrirá a porta, pulará em cima de mim e por causa da minha leve embriaguez quase que vamos os dois ao chão. Ela me puxará até a cozinha e me oferecerá uma batida que ela havia feito. Mais uns goles e direi que preciso tomar uma ducha. Irei ao banheiro e ela virá atrás de mim. Tirarei minha roupa e ela também; ela me abraçará e nós faremos sexo debaixo da água escassa que cai do chuveiro. Depois do banho tomado e dos espasmos molhados andaremos até a sala, nus, e conversaremos até umas 2 da manhã quando decido ir embora. Despeço-me e lembro de entregar as flores que comprei a ela, junto com algum dinheiro.
Pegarei um táxi e voltando repararei nos bares, restaurantes, cinemas e motéis. É certo que verei muitos casais apaixonados com flores, jantando a luz de velas, de mãos dadas, se beijando em bancos de praça e pensarei em quão tolo é isso. Por que fazemos todas essas coisas nesse dia? Por que os outros são diferentes? Uma coisa garanto: o meu com certeza será diferente.
18 junho 2006
Mais um dia...
09 junho 2006
Sobre cigarros
prometi que iria parar de fumar,
mas meu cinzeiro está cheio de guimbas.
Cansei!
01 junho 2006
Ma petite française
Miennes souvenirs étaient:
la fummé de ma cigarrete et
vôtre parfum dans ma rêve.
Le vôtre sourire finissait avec la fummé
et le parfum devinait
le odeur de cette tulipes
que vous aimée.
31 maio 2006
Amigo
e pensei em te encontrar
bater um papo, sei lá,
te chatear.
Você me entende, me recebe.
Rimos alto, falamos baixo;
segredos da vida.
Não brigue nunca comigo, amigo.
Se algum dia te disser
que o amor que tenho não é mais aquele,
simples afeto e carinho,
não se preocupe;
Ele virou amor de amante.
E, agora, é imensamente grande
27 maio 2006
Tartarugas
25 maio 2006
6 x Vinicius
Soneto do amor total
Amo-te tanto, meu amor... não cante O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
in Novos Poemas (II)
in Livro de Sonetos
in Poesia completa e prosa: "Poesia varia"
20 maio 2006
Novela de cavalaria
19 maio 2006
Tuberculose
isso me motivou a entrar em um mundo novo
vou me arriscar pela poesia
tosse tosse tosse
doença de escritor?
não, não sou escritor
só me arrisco a escrever algo
isso de tossir me deu inspeiração
tosse tosse tosse
não consigo controlar nem métrica nem rima
meu poema é disconjunto e tísico
tosse tosse tosse
forma e técinca eu abdico
não sei dessa coisa de escrever
nem sei o que é o amor
e nem sei o que é o ódio, também
tosse tosse tosse
não quero ficar num quarto fechado
quero sair e ver o sol
tosse tosse tosse
quero expelir o que sinto, vejo e respiro
tosse tosse tosse
17 maio 2006
Diálogo
: porque você gosta tanto de contar números?
: porque tudo se traduz em números, assim tudo fica mais racional
: pra que pensar tudo racionalmente? experimente fazer igual a mim e conte palavras
: como assim? contar palavras?
: sim, isso mesmo. ecrever para mim é contar palavras.
: mas contando você não escreveria algo muito racional?
: não. assim eu viajo e não sigo rumos, abstraio.
: ainda prefiro contar números e continuar racional
: mas isso é muito sem graça você fica reto
: as estradas retas me agradam
: prefiro não ser reto. gosto de curvas
: das curvas eu gosto também
: então, tente
: não, não quero
: é simples por que não tenta?
: tente você
: pra que. já chega esse mundo com formas quadradas
: mas a Terra é redonda
: mas o pensamento de quem mora nela é quadrado
: inclusive o seu. a sua intransigência é muito pior que meu pensamento
: eu não sou intransigente
: claro que é
: me mostre?
: te mostro por a mais b que isso é verdade
: então me mostre. quero ver se esse seu pensamento matemático consegue explicar tudo
: então tá
: então comece, ou por acaso você terá que teorizar sobre a minha suposta cabeça dura?
: não é bem assim
: então porque nós discutimos tanto?
: deve ser porque os dois são cabeça dura
: eu não sou
: e eu também não
: como assim, você acabou de dizer que é
: eu não disse nada só pensei na possibilidade...
: está vendo. o seu método não diz nada, você quer tornar tudo absoluto com suas fórmulas prontas e agora está supondo
: tudo bem, admito, nessa eu perdi, meu amor
: viu, a abstração é o caminho
: mas ainda vou contar meus números
: se assim queres
: 2510, 2511, 2512...
16 maio 2006
Desfile das Letras
14 maio 2006
A nossa estrela vai cair
Será meu último pedido para esse cometa, que não sei se ainda carrega alguns dos meus desejos. Quando, nessa noitem, eu olhar para cima e ver essa estrela que vaga pelos céus vou pedir para ele que todos os meus pedidos caiam sobre você.
Porque contigo tive os melhores momentos da minha vida. E agora que meu tempo está perto do final quero que minha vida fique com você. E como o cometa, que agora virará poeira cósmica e ficará para sempre eterno no espaço sideral, quero ficar para sempre nos seus pensamentos. Minha vida se esvai e só me restará o pó também.
E assim como o cometa a estrela do nosso amor vai cair e iremos para eternidade indo contra o tempo e fique presente em todo o espaço de sua existência. E quando chegar a hora da gente se reeencontrar que outro cometa desapareça e os meus pensamentos fiquem na Terra e a gente terá a eternidade para viver.
18 abril 2006
Minha primeira vez
Via o rosto dela contra a luz e meu reflexo se mostrava. O sorriso dela era da minha alegria, tomava todos seus sentimentos como meus e entrava nos céus vidrado em seus olhos. Não conseguia parar de pensar um minuto no que fazia e nesse instante remoto explodi em felicidade e todas as cores coloriram a sala. Nada tinha me deixado tão feliz, ela me transformou em outra pessoa. Saí gritando pelas ruas seu nome, dizendo que a amava. Pena que ela não me ouvia. Foi minha primeira vez...
...foi a primeira vez que vi Fabuloso Destino de Amelie Poulain!
29 março 2006
Como plantar batatas
16 março 2006
15 março 2006
Andando em meio às artes
03 março 2006
Parque Industrial
Bandeirolas no cordão
Grande festa em toda a nação
Despertai com orações
O avanço industrial
Vem trazer nossa redenção
Tem garotas propaganda
Aeromoças e ternura no cartaz
Basta olhar na parede
Minha alegria num instante se refaz
Pois temos o sorriso engarrafado
Já vem pronto e tabelado
É somente requentar e usar
É somente requentar e usar
O que é made, made, made
Made in Brazil
O que é made, made, made
Made in Brazil
Retocai o céu de anil
Bandeirolas no cordão
Grande festa em toda a nação
Despertai com orações
O avanço industrial
Vem trazer nossa redenção
A revista moralista
Traz uma lista dos pecados da vedete
E tem jornal popular que
Nunca se espreme
Porque pode derramar
É um banco de sangue encadernado
Já vem pronto e tabelado
É somente folhear e usar
É somente folhear e usar
O que é made, made, made
Made in Brazil
O que é made, made, made
Made in Brazil
O que é made, made, made
Made in Brazil
Made in Brazil"
Floresta virgem. Ninguém havia chegado aqui, até umas semanas atrás. Os animais brincavam sobre a folhagem seca nas terras. Algumas plantas trepavam em outras árvores maiores para alcançar um pouco de luz, já que no seu interior é uma escuridão total e apenas os olhos das onças e alguns esparços faixos de luz davam um teor mais tênue na escuridão. Porém esse cotidiano mudou desde que as máquinas chegaram por aqui. Com a seção das terras pelo governo, criou-se uma zona franca de produtos tropicais. Os animais e plantas mal sabiam o que aquilo significava, mal esperavam eles o que poderia acontecer. Começou com a construção de uma usina. Começou a derrubada das árvores. Os bichos saíram para o outro lado da mata. Uma fumaça preta subira ao céu pela primeira vez. Era a previsão da morte. Porém não se pode pensar que vieram industrias modernas, de computadores, carros... Vieram pra cá industrias de bananas, da florestas, bundas carnavalescas, propagandas, aeromoças, futebolístas, etc.. A construção desse parque industrial já alcançara metade da floresta e milhares de árvores e bichos viraram parede para as casas e roupa que dedsfilvam nas noites das cidades grandes. Milhares de pessoas chegavam de longe para trabalhar e o sossego da floresta acabou. A escuridão foi trocada pela iluminaçlão alaranjada das lâmpadas de segurança e das ruas das indústria. Agora não há mais floresta. Os passáros já não fazem mais a sinfonia da floresta. Não há mais bichos. E nenhuma planta. Somente os produtos artificias que dominavam as ruas e estoques das fábricas. Antes eu era parte dessa floresta, agora sou um simples operário, que tem que bater cartão e chegar no seu barraco para descansar e trabalhar no dia seguinte.
19 fevereiro 2006
Roteiro de curta metragem, pensado por Cauê e Renan em momentos de total ócio no Banco
08 fevereiro 2006
O banco
Homenagem a todos os BANCOS!
Esses são os verdadeiros bancos que nos atendem...