28 setembro 2006

D.O.R.

quando morrer não quero só dar um suspiro e sentir nada. quero sentir a dor da morte, agonizar, lançar estertores. se não for desse modo não saberei o que é a vida, porque a vida é sentida e só com dor no limiar da morte que vou saber que havia passado por ela. sentir a dor no peito, braços e uma leve vontade de chorar e assim fenecer e fechar os olhos apagando a luz. é assim que quero minha morte, Duro Olor (Res)sentido. D.O.R.

24 setembro 2006

medo

tu tantas vezes me dá medo. não quero te deixar sair e por isso só te deixo a chorar. eu sei que deveria falar contigo, mas não dá. quero te consumir aqui dentro mesmo, sem pensar em você por fora (dá um medo de me fuder!).

21 setembro 2006

de dentro, algo que não é meu

dessa de você me habitar, aconteceu algo estranho na última semana. caminhava pela praia num sábado nublado - é bom andar na areia ainda molhada da chuva do dia anterior - quando vi algo que era comum para mim. porém, chorei ao ver. mas era uma lágrima diferente, não tão salgada; de uma dor que espreme a garganta. parei e me sentei: deve ter algo de errado? mas lembrei que este gosto vinha de você. lembra quando você chorou enquanto eu te beijava? foi isso. era o mesmo gosto de água - que és tu. veio de dentro, veio de ti. já me dominas meu corpo; tomou me como modo de sair de mim. e a lágrima foi a primeira parte de ti que extravasou, mostra que daqui a pouco tornar-se-á real.

15 setembro 2006

Tu não te moves de mim

já és de dentro (in) e pensas que és livre. porém, não é tão fácil a sim, meu amor. construi castelos e fortalezas para te proteger e agora tu não te moves de mim. és assim: prisioneira. já pensei em te deixar ir, até fiz uma janela para que vejas o luar e o solar(?). mas foi tu que se enraizou em mim; você é quem se apoderou. mégara, já falei que tu me habitas, não é? agora fica difícil de despejá-la... lê um pouco, faz poesia e que cresça ela dentro de mim. cresça tu em mim e extravase ganhe limites maiores que meu corpo. faça um jogo de palavras - o que é o livro? - pra te fazer emergir do tédio da vida. a minha casa de (in) costumava sempre ficar cheia de flores; agora, você quebra todos os vasos e aos poucos torna-se cavalo dentro de mim. mas de cavalo eu gosto, assim como clarice: - com quem tu brincas de espelho - :cavalo lustroso e forte. tu és desenho criativo de linhas sobre fotografias, linhas poéticas, é claro! já que o que tu és dentro de mim é poesia. vem pra perto da cabeça e conversa no pé-do-meu-ouvido para que eu não me olvide de ti. vai dormir, querida, porque estás cansada e amanhã espero que tu acordes fora de mim e perceba que ainda nos pertencemos.