12 julho 2007

páratempo

pra gente,
o tudo corre velozmente.
outro dia eu ouvi que,
assim rápido,
podemos parar o tempo.
sem mais nada para se preocupar,
só eu e você -
a origem do amor.
corre, corre!
dá a tua mão.
vamos em busca do infinito.
será que ele fica nas estrelas?
ou dentro de nós mesmos?
não importa,
só me interessa que seja contigo o sem-fim,
o sem-tempo,
o amor.
eternamente

25 março 2007

ah, essas mulheres

ah, essas mulheres
que mexem com a gente
que sem saber conscientemente
acabam abalando o nosso sono.
ah, essas mulheres
de risos faceiros
de seios, pernas e coxas
mãos, pés e boca.
ah, essas mulheres
que choram nos braços
e em abraços apertados
gemem confissões em nossos ouvidos.
ah, essas mulheres
que quando menina, vi-me brincando
que quando garota, vi-me querendo
e quando mulher,vi-me amando.
ah, essas mulheres,
a quem já tentei esquecer
mas nos meus sonhos está
sempre presente
do ausente amor premente.

01 março 2007

objeto

objeto agudo
que fere corta pele como faca
rasga o ar quando disparada
em vôo torto de pássaro.
tome cuidado, menina!
o objeto-palavra é perigoso

PALAVRA

palavra
alva e rara
para lavar
Lalá

27 fevereiro 2007

vamos brincar de palavra?

lavra palavra
em pedra bruta
pedro bruto
na terra lavada.
lapida a lápide
em ouro quilate
o ourives morto,
do poeta vivo.
ora a hora é outra
da morte, o norte
o mote de uma vida
ávida, a vida.

25 fevereiro 2007

pela janela

pela janela, vejo o braço
e é como o corpo inteiro
pés, pernas, tronco, e cabeça
é nessa parte que te mostra inteiro
completo
escrito no seu braço, vejo uma história
uma história qualquer
de ser
de ser alguém que só vejo o braço pela janela
que vejo tudo

21 fevereiro 2007

era uma vez em um carnaval

era uma vez num carnaval a alegria
alegria de pular e sambar
de cantar e desfilar
era uma vez a festa do ser
ser por ser
assim meio do samba assado
era assim;
quatro dias esperados
quatro dias para não ter mais
era um carnaval
agora tudo volta ao normal
é grande mestre:
"tristeza não tem fim, felicidade sim"
acabou o carnaval e alegria já não é mais a mesma -
era uma vez o carnaval.
E agora, José?

18 fevereiro 2007

só um fim-de-tarde

quero fianais de tarde eternos
quero o lusco-fusco por todo tempo
de um pôr-de-sol interminável
de ouvir grilos e pássaros sem cessar
até o desvendar da primeira estrela
até o aroma dos jantares chegarem ao meu nariz.
nada de festas e encontros em bares
nada de boa noite
só boa tarde sem fim
só uma biblioteca imensa para ler
numa rede gostosa para se deitar
numa eletrola a tocar
pintar o final de um dia enquanto os garotos brincam nas ruas
pintar a chuva de verão que vem avisar o final de tarde
é só o fim-de-tarde eterno que procuro
não a uma outra noite monótona..

03 janeiro 2007

na fotografia

você me aparece na fotografia mais bela cheia de cor e mistério me chama a atenção você é assim? é foto e na foto me mata a saudade de falar. meio estranho mas sim é isso mesmo ao ver suas fotos tão belas sinto que elas falam comigo e acabam com sua falta... fotos que falam? acho que sim, é isso fotos que me falam de como você vai, aonde você anda, o que você quer o que você faz. essas flores estão lindas! são lindas e belas e as fotos transportam perfume assim como a sua voz. escutar a voz e sentir o cheiro através das fotos, estaria eu ficando louco? não! é assim de sentir já que nunca te vi, é a foto que vejo e assim imagino sua voz, seu cheiro. e quando a encontrar, não sei quando será assim do jeito que imagino. ou não. que diferença faz...

ano a ano, elefante a elefante

fim-de-ano pra mim é assim:
um átimo!
sem fim e começo de nada
dá tudo na mesma! sem surperstição
é como elefantes amestrados
um ano leva o outro
tromba e rabo
nem um micro-segundo os separam
é tempo rápido demais para isso
não comemoro. é seqüência
e por serem elefantes como num circo
levo a vida na mesma festa de sempre
em seqüência - um só espetáculo