30 maio 2008

da morte à vida

sentia que era sua morte, um tiro direto no peito que lhe estraçalhou seu coração. doía, mais do que qualquer dor sentível anteriormete, enquanto pára-médicos tentavam parar o sangue que saía de seu corpo.

eles gritavam e tentavam mantê-lo reanimado, mas o que ele conseguia ouvir era apenas o barulho da sirene da ambulância que cortava as ruas no meio da noite fria de inverno.

sentia que aquilo era seu fim. sem amor, sem compania: somente a dor. para ele era definitivamente o fim. (ponto final)

mas não acabaria ali, mesmo não vendo mais imagem alguma em seus olhos, somente um escuro, sem a luz que se supões quando se está na beira-morte, para ele ainda existiria a vida. era difícil acreditar que era seu fim.

ele que havia esperado não morrer desse jeito. ele que imaginava um fim ao dormir, como num sonho. mas aquilo não era sonho. ele sentia!

sentia uma quentura bem no centro do peito, como se todo seu corpo se expussasse por ali indo ao além, ao nada.

mas ele não acreditava no nada, para ele só havia o tudo. nunca ficara sozinho, sempre para ele havia uma presença, por que não suportava ficar sozinho.

porém, agora, estava sozinho, nem mesmo a presença dos pára-médicos faziam-no presente em algum lugar. sentia que estava, enfim, no nada, na morte.

quando de súbito ele sente uma presença. a presença de alguém muito familiar. não era seu pai, sua irmã, seu filho. era uma presença estranha. um amor próprio flui pelo sangue que não parava de jorrar pelo seu peito.

ao perceber isso, ele conseguiu refletir que mesmo no nada que a morte nos significa, ele poderia encontrar alguém.

mesmo que a dor não pudesse deixa abrir os olhos, ele poderia sentir: o que o fez feliz. e os pára-médicos acreditarem que ele poderia sobreviver. a morte não o assustava mais, nela, ele descobriu a própria vida que saía dele mesmo e nunca havia sentido assim.

ele se permitiu a isso e deixou que essa euforia toda saísse do seu corpo e assim foi perdendo tudo que havia guardado para que vivesse mais.

com apenas 15 anos ele havia vivido uns setenta. enquanto seu corpo expulsava toda aquele 'ser'. ele se sentia vivo, enfim! era a glória e não relutou aos pedidos dos pára-médicos que tentavam reanimá-lo sem sucesso.

Um comentário:

Anônimo disse...

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