27 fevereiro 2007

vamos brincar de palavra?

lavra palavra
em pedra bruta
pedro bruto
na terra lavada.
lapida a lápide
em ouro quilate
o ourives morto,
do poeta vivo.
ora a hora é outra
da morte, o norte
o mote de uma vida
ávida, a vida.

25 fevereiro 2007

pela janela

pela janela, vejo o braço
e é como o corpo inteiro
pés, pernas, tronco, e cabeça
é nessa parte que te mostra inteiro
completo
escrito no seu braço, vejo uma história
uma história qualquer
de ser
de ser alguém que só vejo o braço pela janela
que vejo tudo

21 fevereiro 2007

era uma vez em um carnaval

era uma vez num carnaval a alegria
alegria de pular e sambar
de cantar e desfilar
era uma vez a festa do ser
ser por ser
assim meio do samba assado
era assim;
quatro dias esperados
quatro dias para não ter mais
era um carnaval
agora tudo volta ao normal
é grande mestre:
"tristeza não tem fim, felicidade sim"
acabou o carnaval e alegria já não é mais a mesma -
era uma vez o carnaval.
E agora, José?

18 fevereiro 2007

só um fim-de-tarde

quero fianais de tarde eternos
quero o lusco-fusco por todo tempo
de um pôr-de-sol interminável
de ouvir grilos e pássaros sem cessar
até o desvendar da primeira estrela
até o aroma dos jantares chegarem ao meu nariz.
nada de festas e encontros em bares
nada de boa noite
só boa tarde sem fim
só uma biblioteca imensa para ler
numa rede gostosa para se deitar
numa eletrola a tocar
pintar o final de um dia enquanto os garotos brincam nas ruas
pintar a chuva de verão que vem avisar o final de tarde
é só o fim-de-tarde eterno que procuro
não a uma outra noite monótona..